Eu vi.
Eu vi um homem barbudo,
desanimado,
corpo curvado
sem olhar nos olhos...
Suas sujas roupas
apontava o descaso
pela vida mal vivida...
Aquele homem comia devagar
com sua descrença
na crença de um mundo melhor.
com seu cansaço
daquela vida de trapos...
e sua entrega
perante a vida
tão dura e sem saída.
Aquele homem negro,
mais um número nas pesquisas
Quantitativas
abria o saco,
levantava o garfo,
Comia sem gosto
Engolia o desgosto
da rua mais sua...
que minha...
Coletava arroz, feijão,
de tão junto amigo, irmão...
e comia, comia,
apenas comia...
Aquele homem era um soco,
no rosto
sem cama,
nem gatos
em meio a ratos
servia de espelho quebrando o estético
com choque, mais que elétrico,
aquele sem teto,
Sem teto.
Uilians Souza